As diferenças entre América Ibérica e América Anglo-saxã a partir de sua colonização (Parte II)
- Bruna dos Santos
- 26 de jun. de 2017
- 3 min de leitura
Continuando a série sobre os aspectos das formas de colonização ibérica e anglo-saxã, e como essas diferenças influenciaram as Américas na sua cultura, política e economia ao longo dos anos, fazendo com que tenhamos uma diversidade grande entre elas.
Anteriormente havíamos discutido a respeito dos modelos de colonização. Agora vamos comentar algumas de suas principais características que as diferenciam nitidamente.

Podemos, então, falar de um aspecto importante que acho necessário destacar: a questão da diversidade existente na Inglaterra Anglo-Saxã que estava dividida em grupos religiosos diversos, incluindo católicos, anglicanos, calvinistas e puritanos. Devido a expansão da religião protestante anglicana, forçou a migração destes religiosos puritanos e calvinistas para as colônias inglesas na América, fazendo com que o motivo de aportarem em solo americano seja também a de fugir para um lugar onde pudessem viver de forma livre em suas convicções.
Um primeiro impacto dessa diversidade e pluralidade de religiões e grupos que se estabeleceram nas 13 colônias não se preocupa de fato com a conversão dos grupos sociais indígenas que viviam nessas terras. Isso não os incomodava já que para eles isso era algo "normal", mas de qualquer forma, nem sempre eram tratados amigavelmente, muitas vezes repudiados.
Já na América ibérica houve uma grande preocupação na homogeneização dos grupos indígenas que viviam nas terras colonizadas. A vinda de companhias jesuítas para as colônias demonstravam essa preocupação com a catequização e conversão dos índios ao cristianismo, reduzindo ao máximo a diversidade existente na região, como se fosse uma extensão das monarquias europeias.
Com isso, vem a calhar outra característica que acho relevante nesta discussão: Puritanos e a educação. Sabe-se que, a Reforma Protestante se deu, principalmente, pela defesa a livre interpretação da Bíblia. Antes lida e escrita em latim, somente os homens de fé preparados e autorizados poderiam lê-la para o povo. Com a invenção da imprensa e a fabricação dos livros na língua materna, pode se ter uma expansão do aprendizado da leitura. Agora não era só o clérigo que poderia ler, mas também o pai de família e a comunidade toda.
Sendo assim, a grande diferença que se apresenta nas Américas é exatamente a questão da língua. Na América ibérica se manteve o aprendizado e leitura em latim que se dava pelos jesuítas na catequização, enquanto que nas 13 colônias, os protestantes se firmam na língua materna e desenvolvem-na em solo americano para que todos pudessem ter acesso, e assim se teve preocupação de imediato com educação juntamente com a religião, tornando-a uma das primeiras regiões do mundo com menor índice de analfabetismo.
Na América ibérica existe apenas uma religião: católica. Em todos os lugares existe Igreja Católica, o ensino está nas mãos de padres e a língua é uma só. Toda diversidade se torna crime. Já na América Inglesa, a diversidade é valorizada já que se tem grupos religiosos diversos e cada um quer seu espaço sem a intenção de converter o outro.
Também, os Puritanos tem forte influência sobre a política, já que se fortalecem na colônia inglesa e acreditam que a sua Igreja tenha poderes civis, estabelecendo, assim, que somente membros da Igreja Puritana podem votar e ter cargo público. Isso sugestiona o pensamento político nas 13 colônias e, após a independência, os Estados Unidos da América.
Outra grande influência religiosa no pensamento americano está relacionada ao trabalho. Os cristão católicos, culturalmente, se caracterizam pela ideia de que a salvação e recompensa por todo trabalho acontece pós morte, no paraíso, e que, todo trabalho está destinado aos pecadores. Sendo assim, se julga que as benção e os privilégios da Igreja estão sobre os mais abastados financeiramente do que os trabalhadores braçais. Esse pensamento chega até as colônias ibéricas onde se faz presente. Já as crenças protestantes pensam de forma oposta, em que o trabalhador em vida receberá a recompensa em vida, ou seja, seu esforço seu galardão. Então, pensando dessa forma, quanto mais riquezas provindas do seu trabalho um homem tenha, mais aproximo de Deus está.
Continua ...
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