IBA (Instituto de Belas Artes)
- Bruna dos Santos
- 12 de dez. de 2017
- 3 min de leitura

O IBA está ligado diretamente ao curso de Artes Visuais da Feevale. O Instituto de Belas Artes de Novo Hamburgo foi a primeira instituição de ensino superior de Novo Hamburgo. A escola passou a exercer suas funções em 1950, pelas irmãs Emília Margareth Sauer, que licenciava, em sua própria casa, música, piano e acordeon, e Elizabetha Sauer como escola de música para crianças. O prédio que se situa na Avenida Primeiro de Março, foi uma doação feita, após a Segunda Guerra Mundial que até aquela data abrigava o Clube Tiro de Guerra (Serviço Militar), porém não obtive certeza do doador, pois algumas fontes indicavam Léo João Campani e outras Bruno Mario Campani. A única condição era que fosse usado para fins de “instituição pública”. O espaço passou por reformas e em meados de 1957 o IBA é instalado no prédio mantido inicialmente pela Sociedade Cultural de Novo Hamburgo. O sucesso do Instituto foi imenso e em 1963 haviam 15 profissionais qualificados atendendo alunos nos cursos de artes plásticas, música, ballet, escolinhas infantis, decoração de interiores e arte floral. Na mesma época já estava em andamento a ideia de instaurar na cidade uma entidade de ensino superior. Estava-se encaminhando a criação da Feevale. Na elaboração do projeto para a criação dos cursos havia o desejo de incorporar o IBA a Faculdade. E foi em 24 de abril de 1970 com a aprovação dos diretores da ASPEUR (mantenedora da Feevale), representantes da Sociedade Cultural de Novo Hamburgo, da diretoria do IBA e vereadores e o Prefeito da época, Alceu Mosmann, que se inseriu o Instituto de Bela Artes à Feevale e passou a se chamar Faculdade de belas Artes. Nessa época era diretora do Instituto, Mara Beatriz Furtado Rahde, formada em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1962) e Licenciatura Plena em Desenho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1964), e que após o curso integrar-se a Feevale, passou a atuar como professora na Faculdade. Em 1982 o espaço que o Instituto ocupava, passou a dar lugar a Secretaria Municipal de Educação e Cultura e abrigar a representação do Fundo Nacional para Desenvolvimento da Educação, o Coral e a Banda Municipal, a AHTADAC e a Escola Municipal Otávio Rosa. Com a construção do Centro Municipal de Cultura, a Secretaria de Educação e Cultura retirou-se e o local passou a chamar-se SEMEC II, e até meados de 1990 mantinham-se na sede, aulas do projeto de Ballet Clássico, ministradas pelas professoras Simone Saueressig, Carla Macedo e Marília Stefani. Também utilizaram o local o grupo folclórico e a Trupe da Traste Show, comandados por Kinho Nazário e Elário Kasper. Ou seja, o local está fadado, predestinado, a abrigar e disseminar a cultura da nossa cidade. Como seu doador havia estipulado, deveria ser um lugar de ensino público. No blog Cultura Escrita, no texto O enigma da Semec II, exemplifica bem essa questão “O local possui significado todo especial, é afetivo. Está destinado a ser palco da resistência cultural de Novo Hamburgo”. Apesar das inúmeras tentativas de recuperar o prédio e a identidade do local, ainda é um sonho de ser realizado. Em 2011 o prédio foi tombado, porém em 2013 foi retirado o tombamento, no mesmo ano em que o local sofreu um desabamento. Recentemente foi aprovado a restauração do mesmo. Houve inclusive protestos por parte da comunidade, na época, devido o descaso das autoridades. Mas segundo os jornais da época, o pedido foi feito ao Ministério da Cultura, porém a verba não havia sido liberada. Hoje já existem projetos em andamento e há a possibilidade do seu restauro. Quanto ao curso de Belas Artes, foi incorporado a Feevale, como curso de Licenciatura em desenho e plástica, que foi o que possibilitou a criação da Federação de Estabelecimento de Ensino Superior em Novo Hamburgo e é até hoje ministrado como licenciatura e bacharelado com o nome de Artes Visuais.
Original em https://medium.com/@SantosBubu/iba-instituto-de-belas-artes-64db34c42bd2
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